Palestras debatem reforma agrária e privatização a partir do olhar liberalista


O Professor Bernardo Santoro, o coordenador local do EPL Lucas Bassoto e  o professor Rodrigo Mezzomo comandaram a troca de ideias.

Por Igor Medeiros


“Reforma agrária e privatização são as melhores soluções para o Brasil?” Esse questionamento foi base para o Evento Inaugural dos Estudantes pela Liberdade, que levou alunos de diversos cursos ao Auditório Paulo Freire, no último dia 1º. A tarde de palestras foi elaborada pelosEstudantes Pela Liberdade (EPL), um grupo apartidário com ideais liberalistas, atuante em diversas universidades no país, e implantado na Rural recentemente. Os professores Rodrigo Mezzomo e Bernardo Santoro, ambos ligados à área jurídica, foram os escolhidos para debater sobre, respectivamente, privatizações e reforma agrária.

De acordo com o mestre em Teoria e Filosofia do Direito pela UERJ Bernardo Santoro, ser contra a propriedade privada é algo ilógico.Isso porque cada ser humano tem, basicamente, o corpo como própria propriedade.  Além disso, o docente explicou que o direito à propriedade privada faz parte da democracia.Santoro, que também é professor de Economia Política, esclareceu questões pertinentes, como a maximização dos consumos coletivos. Para ele, tal prática pode gerar problemas:

Fotos: Igor Medeiros
– Imagine que você mora em um prédio em que a conta d’água é dividida igualmente entre todos. Você sempre poupa, porém seu vizinho costuma gastar sempre muito, e o preço da conta a cada dia sobe mais. Nesse caso, sempre vai haver alguém beneficiado e alguém prejudicado.

Bernardo Santoro citou o caso da enchente em Xerém (2013) para explicar a relação entre escassez de produtos e seu encarecimento. O palestrante lembrou que, após o alagamento, o preço da água aumentou bastante. Mas depois da reclamação dos moradores, o valor voltou a diminuir, o que gerou o rápido esgotamento do estoque.

-Produtos mais caros devem ser consumidos de maneira parcimoniosa.

Mestre em Direito pela Universidade Mackenzie- SP, Rodrigo Mezzomo disse ser a favor das privatizações. Isso porque, segundo o professor, após os ajustes necessários, todas as instituições privatizadas no Brasil tiveram um maior crescimento.  Ao definir a situação atual do Brasil, Mezzomo afirmou:

-Nós escolhemos a miséria! Porque o nosso texto constitucional nos leva a um estado grande. E um estado grande que limita seu povo, porque são os pobres que pagam impostos. Então, vem o pessoal do PSOL e PT e diz que vão aumentar os impostos sobre as indústrias, mas esses valores são sempre repassados aos consumidores. Ou seja, aos pobres.

Contrário aos ideais esquerdistas, o professor definiu diversos problemas gerados pela gestão governamental. Para ele, agências reguladoras do Governo, como a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), não incentivam o crescimento de pequenos empreendimentos, criando oligopólios e monopólios.

Rodrigo Mezzomo também defendeu a meritocracia, característica do sistema privado. Segundo ele, a entrada de profissionais por concurso público é composta, principalmente, por pessoas com alto padrão de vida. O professor ressaltou, ainda, que  os funcionários públicos representam 4% do número de aposentados no país, entretanto, 20% dos gastos com o INSS é destinado a eles.

– Construímos um Estado que é um Robin Wood ao contrário, tira dos pobres e concentra nos ricos – ressaltou o palestrante.

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