Estudantes de Jornalismo fazem ação social em abrigo de Seropédica

(Veteranos e calouros de Jornalismo da UFRRJ na Entidade Acolhedora Casa da Criança)

Na sexta-feira, 07 de abril, os alunos do curso de Jornalismo da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) fizeram uma visita à Entidade Acolhedora Casa da Criança, localizada no município de Seropédica.

Os veteranos do curso de Jornalismo do semestre de 2017.1 tiveram a ideia de promover uma espécie de “Trote Solidário” com seus calouros e planejaram atividades recreativas e a distribuição de brinquedos e lanches para as crianças atendidas.

A Casa da Criança foi uma iniciativa do Ministério de Ação Social e da Prefeitura de Seropédica que começou em 2003, instalada no centro da cidade, conhecido como “KM 49”. Porém há 10 anos passou para o bairro de Vera Cruz, no mesmo município e atualmente conta com 15 crianças e adolescentes de até 18 anos. A cuidadora Maria Emília Ferreira trabalha no abrigo há 12 anos e acompanhou a mudança da localização da casa. Mesmo sem estar efetivada no cargo, ela conta que ama o trabalho que realiza com as crianças e sente falta quando não está com eles nos seus dias de folga.

“Para mim, é como se eles fossem meus netos, meus filhos, porque eu já gosto do que eu faço”, relata Maria Emília.

As crianças chegam ao abrigo encaminhadas pelo Conselho Tutelar quando há denúncia de algum tipo de violação, privação, ou risco social que desrespeitam as normas do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). A partir da detecção da infração, o Conselho se reúne e com a autorização judicial, o menor é retirado da família e encaminhado à Casa da Criança. Elas moram, estudam, fazem cursos, esportes e tem acesso a atendimento psicológico, pedagógico e odontológico no abrigo.

Para os adolescentes, a Prefeitura oferece um curso profissionalizante de Jovem Aprendiz nos quais eles podem receber propostas de efetivação ao completar maioridade, quando passam a ser acompanhados pela assistência municipal durante um período de 6 meses de adaptação antes de sua saída definitiva do sistema de proteção.

Os abrigados recebem visitas e, como nem todos são órfãos, podem sair nos finais de semana com a família e os padrinhos, que buscam encaminhamento e se inscrevem no Programa de Apadrinhamento no Fórum Municipal. A inscrição exige na triagem uma orientação para avaliar as condições da pessoa por uma equipe técnica que determina o tipo de apadrinhamento, as adequações e coordenações necessárias para que se possa receber uma criança em casa. Dessa forma, o programa de apadrinhamento serve como um processo para as pessoas terem tempo de conhecer, conversar, desenvolver interações e criar uma relação com as crianças antes da abertura do processo de adoção, nos casos em que este é desejado.

Entretanto, o coordenador da Instituição, Maurício Costa, explica que a finalidade da equipe de profissionais sociais do abrigo é o fortalecimento das relações familiares rompidas, ou seja, encaminhar a criança para retornar ao seu lar, buscando prioritariamente os parentes extensivos que tenham interesse em assumir a tutela do menor.

Vânia Pereira, secretária do abrigo há 4 anos, relata exemplos como o da abrigada Paola Coutinho, que é formada como Técnica em Agroecologia no CTUR (Colégio Técnico da Universidade Rural) e que atualmente faz curso de Gestão Empresarial, e da ex-abrigada Kátia, que depois de formar sua família retornou ao local e atualmente faz parte da equipe de cuidadores da Casa da Criança.

O Coordenador Maurício afirma que a preocupação de sua gestão é ser mais efetivo com relação à educação no preparo das crianças para que, ao sair do abrigo, tenham condições de construir suas próprias ferramentas e batalhar por seu sustento.

O espaço recreativo da Casa da Criança onde foram realizadas as atividades dos estudantes com as crianças.

*Não é permitido tirar fotografia nem divulgar imagens das crianças abrigadas, portanto não consta nenhuma referência fotográfica delas nesta reportagem.