Palestra de Rodrigo Duarte da UFMG e a dialética da pós-história
por Laila Carvalho (colaboradora)
O ICHS recebeu, na última quarta-feira, 30, no Anfiteatro Gustavo Dutra, o professor e filósofo Rodrigo Duarte, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Especializado em estética e filosofia social, ele foi convidado pelo Colegiado de Filosofia e pela Coordenação do PIBID – Filosofia e apresentou a palestra intitulada “Para uma dialética (estética) da pós-história”.
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Foto: arquivo do curso |
Segundo ele, o tema da palestra foi escolhido com o intuito de fazer um apelo, não apenas para especialistas como ele, mas algo que chamasse a atenção dos alunos mais iniciantes do curso de graduação.
– Eu pensei nesse tema, que é a questão da história, uma questão relevante, quer dizer, ninguém parece estar de algum modo alheio a ela.
O palestrante mostrou-se nostálgico ao relembrar sua infância, quando com seu pai, um ex-professor da UFRRJ, na época Universidade Rural do Brasil, morava na “vila dos professores”, no atual bairro da Ecologia, em Seropédica. Afirmou ainda que, para ele, era muito especial voltar ao lugar onde cresceu, agora formado e contribuindo com o ensinamento dos graduandos de filosofia
Por dentro da palestra
O prof. Rodrigo Duarte apresentou argumentos levantados em torno de uma tese central definida por ele como: “No nosso cotidiano, nós vivemos na história ou na não-história”?
Para isso, ele usou ideias de três grandes autores que trabalham o tema da pós-história, como o russo Alexandre Kojève, filósofo político que afirmava o fim da história, baseando-se em Hegel, com a consumação da consciência individual, com a visão panorâmica e uma consciência geral e histórica. Também citou Arthur Danto, que via o fim da história como o advento do conhecimento absoluto e o fim da arte. Afirma que a arte se torna pós-histórica depois que descobre ela própria a sua essência filosófica. Por fim, abordou ainda as ideias de Flusser, que passa uma noção de programa, uma pós-história já vivida desde a invenção da fotografia e com o predomínio das imagens técnicas.
Para o professor Rodrigo, nós vivemos numa mistura de história e não-história e define a pós-história “não como algo que a gente esteja vivendo, mas como horizonte”. Para justificar essa posição, cita Flusser e diz:”(…) ele pensa a pós-história como um horizonte duplo, que tanto pode ser um trunfo para a humanidade, algo benéfico, pode significar a emancipação da humanidade; quanto quase que o fim da mesma, no sentido stricto, quer dizer, da humanidade deixar de ser humana e se tornar apenas um funcionamento de um mega aparato.”