Ilustração botânica une artes e ciência
por Analine Molinário
|
Cochospermum vitifolium (WILLD.) SPRENG.
por Paulo Ormindo
|
Ilustração botânica é a técnica de reprodução artística de uma espécie de planta em uma prancha. Para isso, são necessários materiais simples: folha, lápis, borracha e uma espécie coletada, além da técnica desenvolvida pelo ilustrador. O trabalho deste profissional é importante para divulgar informações científicas em periódicos, livros ou artigos.
Os ilustradores não precisam ser formados em Biologia ou áreas afins. Mas é preciso ter habilidade para desenhar as espécies, manter uma boa relação com o pesquisador e seguir as orientações sugeridas por ele.
Para mostrar como acontece essa união entre pesquisa científica e arte, o professor e ilustrador Paulo Ormindo, da UFRRJ, ministrou a oficina “Desenho Científico – A ilustração de uma prancha botânica”, na programação do curso de Belas Artes para a semana de Prodocência da Rural. A oficina aconteceu no dia 19 de novembro e atendeu alunos dos cursos de Belas Artes e de Biologia.
O aluno João Chrysostomo, do 4º período do curso de Belas Artes, contou que participou porque se interessa pela área de ilustração botânica mesmo não sendo prioridade em sua formação. Para a aluna do 6º período de Ciências Biológicas, Bianca Ferreira, a oficina foi importante, porque ela faz estágio na área de botânica. Aprender a desenhar as espécies coletadas auxilia a estudante na confecção dos trabalhos científicos.
Segundo o professor Paulo Ormindo, após a conclusão do desenho, o pesquisador avalia o trabalho do ilustrador a fim de identificar se as reproduções respeitaram os objetivos da pesquisa. Em caso positivo, o trabalho é publicado.
“O olhar do ilustrador não pode ser restrito. A partir do momento que se começa ilustrar plantas, toda a forma de ver a natureza muda. Ela é vista por um novo ângulo: o da sustentabilidade”, reflete Ormindo. O professor destaca a importância do trabalho que tem a oportunidade de retratar plantas com risco de extinção ou endêmicas (só vivem naquele local), e, assim, possibilitar a divulgação de uma informação para toda a comunidade científica.