Belas Artes: da UFRRJ para o mundo
por Daline Gerber
Pinturas e esculturas, além de uma animação em vídeo, produzidas por alunos e professores do curso de Belas Artes, foram alvo de atenção e elogios no Forte de Copacabana, entre os dias 21 de novembro e 1º de dezembro.
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Forte de Copacabana – Foto de Daline Gerber |
No dia 26 de novembro, a equipe do ICHS em focofoi ao local e foi agraciada por duas diferentes belezas: a exposição e o mar que se ouve e se vê no caminho do ir e voltar do evento. Segundo Luiz Melo, aluno do 6º período e monitor no projeto, apenas nesse dia, a exposição recebeu visitas tanto de brasileiros apreciadores de arte como de franceses, angolanos, holandeses, finlandeses, uruguaios, mexicanos e colombianos.
A exposição teve como título Natureza Imaginada, Baseado num tema maior: fauna e flora brasileira. Luiz entende que o título remete ao retrato de qualquer natureza criada imageticamente pelo artista, pois todas as criações seriam exteriorizações de uma visão interna e peculiar a respeito do mundo.
– Significa muito participar de uma exposição como essa, porque estou divulgando meu trabalho e aprimorando cada vez mais. Sinto que tenho muita responsabilidade com o público. Tento oferecer o meu melhor – esclarece.
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Matheus Leonardo e Luiz Melo – Foto Daline Gerber |
Matheus Leonardo, aluno do 2º período de Belas Artes e também monitor no projeto, preferiu colaborar acompanhando a exposição sem expor nenhuma obra por receio de possíveis críticas.
– Na Rural, há uma janela bem aberta: o aluno aprende a pintura clássica, mas pode se utilizar de vários estilos. Cada pessoa vai se descobrindo numa esfera diferente da arte.
Um pouco sobre essa e outras exposições
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Foto de Daline Gerber |
Natureza Imaginada é fruto de um projeto cuja responsável é a professora Ana Moura, tendo como equipe de trabalho os professores Nelson Macedo (orientador de pintura), Marisa Vales (orientadora de escultura) e Sandro Lopes (orientador de desenho animado).
Em entrevista, a professora Marisa Vales informou que é o segundo ano que o curso de Belas Artes participa expondo obras no Forte de Copacabana. Os gestores do Forte, segundo Marisa, vêm elogiando muito a qualidade dos trabalhos, e já há convite para nova participação em 2014.
Marisa ressalta ser muito interessante a possibilidade dos alunos exporem suas obras. Ela considera que o público insere um artista no mercado de trabalho, pois o interesse das pessoas é sempre uma possibilidade de retorno financeiro.
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Quadros da exposição – Foto de Daline Gerber |
– Todo mundo diz que foi no primeiro emprego que entrou no mercado de trabalho. A entrada no mercado para o artista é a venda de seu primeiro quadro.
O curso de Belas Artes, na UFRRJ, além de qualificar os alunos a ministrarem aulas, preocupa-se também em formá-los para a criação e sensibilidade artística.
– Nós somos um curso de licenciatura que trabalha para formar professores criadores, conforme regulamentação da Lei de Diretrizes e Bases direcionada à Educação. Somos a primeira universidade no Rio de Janeiro com estrutura para que essa formação se dê, como é prevista. E exposições são sempre o reflexo da preocupação em atender futuros profissionais que não serão apenas professores, mas também artistas, caso assim queiram.
A professora salientou também que existe uma exposição sob sua responsabilidade que ocorre periodicamente em Itaguaí, com um objetivo mais pedagógico, em que há, nos processos das criações, orientações de como lecionar. Marisa lança mão de obras de artistas renomados para ensinar estilos e modos de trabalho.
– Na arte, assim como em qualquer esfera profissional, não existe nada “super” livre. O artista não é tão livre quanto ele pensa ou quanto ele gostaria, pois existem regras básicas. A criação é sempre pautada no conhecimento prévio. Você só cria a partir de algo que aprendeu previamente. Portanto, só o conhecimento dá liberdade para alguém criar.
– Existe o projeto de fazer uma exposição na própria UFRRJ, mas segundo Marisa, algumas questões devem ser discutidas, como a definição de datas e de um espaço adequado às demandas de cada tipo de obra.