Curso de Direito discute bullying no Paulo Freire

por Victor Sena

Levar a discussão sobre a violência silenciosa para onde ela mais ocorre, o espaço escolar e universitário, foi a estratégia do curso de Direito, da UFRRJ, na palestra Esclarecendo o bullying: responsabilidade social, no último dia 4, no auditório Paulo Freire. Com uma perspectiva ligada à área penal, o evento teve como um dos membros da mesa a Prof.ª Dr.ª Silvia Gonçalves, do Departamento de Psicologia, que esclareceu o que é o bullying, possíveis consequências na vida do agredido, motivações dos agressores. Segundo Silvia, quem pratica precisa ser responsabilizado, mas não punido. Ela acrescentou que a responsabilização deve ser formada a partir da atenção e dos cuidados de diretores, pais e professores com o agressor, chegando assim às soluções.

A palestra surgiu como consequência do projeto de pesquisa de Silvia, em que foram levantados dados em escolas da região sobre a ocorrência de bullying e suas especificidades. O objetivo foi identificar se os professores sabem reconhecer essas agressões: 95% dos docentes afirmaram saber o que é o bullying e 78% declararam que em suas escolas há casos. Perguntados se acham que é uma atitude típica do adolescente, a diferença foi menor: 46% disseram que sim, 54% afirmaram que não.

Silvia ressaltou o grande papel do professor na formação psicológica da criança, sua possibilidade de até poder “destruir” infâncias. Porém, apenas 65% dos entrevistados acham que suas próprias atitudes podem causar o bullying. A pesquisadora mostrou também a importância de medidas e projetos que envolvam as crianças, e não apenas uma campanha anti-bullying fundada só em teorias e palestras.

Entre os representantes da área jurídica, estava a juíza Alessandra Mattos, em exercício na 7ª Vara Cível do Méier. Ela foi primeira a dar uma sentença, no fim de 2009, à uma escola particular onde uma criança sofreu agressões físicas e psicológicas. Alessandra abordou a responsabilidade de uma instituição privada em garantir segurança e proteção, por ser prestadora de serviço.

O aspecto psicológico, colocado em discussão ao lado das questões penais, levou o evento a promover compreensão e motivação na luta contra esse tipo de violência.

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