Economia Doméstica comemora 50 anos
por Daline Gerber e Igor Medeiros
Segunda-feira, 9, foi dia de comemoração para o curso de Economia Doméstica, que completou seu quinquagésimo aniversário. Para “apagar as 50 velinhas”, foram recepcionados, no auditório Paulo Freire, professores, alunos e ex-alunos que conhecem e valorizam a trajetória do curso.
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Patrícia Freitas , Lígia Machado, Ana Dantas, Mônica Benevenuto e representante do Diretório |
O evento começou às 9h, com a presença da reitora (Ana Dantas), também da pró-reitora (Lígia Machado), da coordenadora do curso (Patrícia Oliveira de Freitas), da Chefe de Departamento do curso (Mônica Aparecida Del Rio Benevenuto), da representante do Diretório Acadêmico (Sabrina).
Com a palavra, a reitora, Ana Dantas, ressaltou a importância do curso para a história da UFRRJ, desejando que a comemoração dos 50 anos do curso de Economia Doméstica fosse marcada com a possibilidade de construção de mais 50 anos de vida para o curso. Em seguida, todas as integrantes da mesa falaram um pouco sobre suas experiências, ressaltando o modo como a graduação compôs e agregou saldos positivos à história da Universidade e de muitas pessoas que por ela passaram.
A Chefe do Departamento, Mônica Aparecida Del Rio Benevenuto, por meio de apresentação de slides, fez uma retrospectiva do curso: expôs fotos de alunos e professores do passado e revelou que Economia Doméstica é o curso mais antigo do ICHS. Foi uma manhã de muitas rememorações, contudo uma questão crucial foi discutida: a graduação possui um número alto de evasão, tendo como necessidade atual a reflexão, a reorganização curricular e, em breve, muito provavelmente pode haver também reformulação do próprio nome do curso, para atender uma demanda do mercado de trabalho.
– Existe um incomodo por parte de muitas pessoas em relação à expressão ‘Doméstica’ que integra o nome do curso. Na maioria dos estados brasileiros, entende-se como uma palavra pejorativa, pois remete, de alguma forma, à questão da escravidão, da submissão e da inferioridade – explica Mônica.
No hall de entrada foram expostos trabalhos acadêmicos e, em frente ao auditório Paulo Freire, fotos saudosas de ex-professores e ex-alunos, com suas respectivas histórias e relatos, foram dispostas em um cartaz cujo título foi: “E por falar em saudade onde anda você…”.
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Mural – E por falar em saudade onde anda você… |
A tarde de comemorações do curso de Economia Doméstica no ICHS foi aberta pela Vice-presidente do Conselho Regional de Economistas Domésticos 3 (CRED3) Anália Maria Ferreira, que também é formada nesse curso pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Intitulada “A Atuação do Economista Doméstico no SUAS”, a palestra comandada por Anália tratou das diversas vertentes da profissão e seus desafios. Antes de iniciar sua apresentação, a economista mostrou um breve vídeo, “Vida Maria”, que conta a trajetória de uma mulher humilde no sertão. O curta evidenciou que o Brasil ainda possui sérios problemas sociais, questões que foram colocadas em pauta.
Anália apresentou Artigos da Constituição Brasileira para mostrar os direitos que todo cidadão possui. Dentre os tópicos estavam: seguridade e a redução da desigualdade social, o direito à liberdade e à saúde.
– A liberdade está diretamente ligada aos limites e princípios.
A palestra mostrou as diferentes áreas em que os estudantes do curso poderão atuar e também esclareceu dúvidas sobre o SUAS e a prática profissional. A economista aproveitou para reafirmar.
– Nós trabalhamos com fortalecimentos de vínculos familiares e comunitários.
Entendendo alguns conceitos
Todos os cursos têm seus conceitos e o de Economia Doméstica igualmente possui vários. Para um leigo, siglas como CRED, SUAS, CRAS, PAIF e CREAS podem parecer incompreensíveis, mas são apenas jargões amplamente utilizados na área. Não conhece algum deles? Abaixo está uma breve explicação que o ICHS em Foco pesquisou para cada um.
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Anália Maria Ferreira |
CRAS- Centro de Referência de Assistência Social. É uma unidade pública estatal localizada em áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco social, destinada ao atendimento socioassistencial de famílias. Também é o principal equipamento de desenvolvimento dos serviços de Proteção Social Básica. Constitui espaço de concretização dos direitos nos territórios, materializando a política de assistência social.*
CREAS– Centro de Referência Especializado de Assistência Social. Também uma unidade pública e estatal, que oferece serviços especializados e continuados a famílias e indivíduos em situação de ameaça ou violação de direitos (violência física, psicológica, sexual, tráfico de pessoas, cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto, etc.).*
CRED– Conselho Regional de Economistas Domésticos. Criado a partir da Lei nº 8.042 de 13 de junho de 1990, este órgão tem a função de fiscalizar, orientar e disciplinar os atuantes na área. É preciso que o economista doméstico esteja inscrito no Conselho para que possa exercer a função. Existem três CRED’s no Brasil, cada um abrangendo uma parte do território brasileiro. O CRED III, por exemplo, abrange quatro Estados: Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
PAIF- Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família. É um trabalho de caráter continuado que visa a fortalecer a função de proteção das famílias, prevenindo a ruptura de laços, promovendo o acesso e usufruto de direitos e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida.*
SUAS- Sistema Único de Assistência Social. O Sistema Único de Assistência Social (Suas) é um sistema público que organiza, de forma descentralizada, os serviços socioassistenciais no Brasil. Com um modelo de gestão participativa, articula os esforços e recursos dos três níveis de governo para a execução e o financiamento da Política Nacional de Assistência Social, envolvendo diretamente as estruturas e marcos regulatórios nacionais, estaduais, municipais e do Distrito Federal.*
Homenagem aos que fizeram diferença
Durante 50 anos, centenas de pessoas passaram pelo curso de Economia Doméstica. Dentre tantos professores, alunos e funcionários, alguns marcaram, de alguma forma e, por isso, receberam homenagens. O secretário de coordenação do curso, carinhosamente chamado de Seu Isaias, foi um deles. No total, seis categorias foram apresentadas. Ex-servidora técnica administrativa, Tânia Ribeiro de Souza foi também lembrada e se emocionou.
– Eu queria agradecer essa demonstração de carinho e dizer como estou satisfeita de ver profissionais aqui. Para mim, o melhor reconhecimento é esse trabalho.
Após as homenagens, uma confraternização foi realizada. Professores e alunos que ajudaram, e ainda ajudam, a construir a história da UFRRJ, aproveitaram para relembrar fatos antigos e traçar novos rumos para o futuro do curso.
*Definição retirada do site: http://www.mds.gov.br/