Gumbrecht diz que a hipercomunicação torna o conhecimento fraco
por Douglas Maços
Para o homem resistir à tecnologia no mundo em que vive é quase impossível, mas a resitência é o que propõe o professor Hans Ulrich Gumbrecht da Universidade de Stanford nos Estados Unidos. Para ele o ideal seria o ser humano esquecer todo esse aparato tecnológico por um tempo e passar a observar coisas simples da vida como, por exemplo, um por-do-sol.
Durante a palestra “Hipercomunicação – nosso presente e futuro?” realizada na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, no dia 31 de agosto, o professor Gumbrecht demonstrou insatisfação e abnegação à tecnologia que domina o mundo moderno. Mas afirmou que é impossível viver sem ela: “Imaginar o mundo hoje sem comunicação eletrônica, infelizmente não é possível, é uma ideia linda, mas o homem não consegue mais se libertar dessa escravidão”
Segundo Gumbrecht a hipercomunicação é uma realidade que afeta a maior parte da população mundial, já que hoje todas as pessoas estão se comunicando com as outras a todo o instante. Para o professor esse desejo de se comunicar prende a pessoas, ela se torna uma viciada em se comunicar, e é por causa desse vício que o professor afirma que não tem celular, pois para ele este objeto provoca uma prisão quando deveria, na verdade, dar liberdade.
O professor afirmou ainda que por causa da hipercomunicação, o conhecimento na atualidade está se parecendo muito com o futebol, já que as idéias estão sempre circulando e não possuem um centro. No passado essa circulação era vista com bons olhos, porém hoje, essa movimentação de idéias, torna o conhecimento fraco, sem eficácia, considera o professor.
Durante a palestra o professor interagiu bastante com o público, que lotou o salão Azul do prédio principal da UFRRJ. Através de perguntas e respostas, todos os presentes puderam perceber, graças aos argumentos expostos pelo professor, que o desenvolvimento tecnológico é bom para o mundo moderno, desde que ele não torne o homem um escravo dessa tecnologia. A visita do pesquisador à universidade foi realizada pelo curso de Letras da Rural.