ICHS: problemas, promessas e soluções

por Kleber Costa



Desde novembro, o ICHS possui nova direção: Ricardo Oliveira e Marco Souza são, respectivamente, os novos Diretor e Vice-diretor do Instituto. Eles assumem suas funções com um cenário de problemas, como carência de salas de aula e prédios com telhados danificados. No prédio principal, quando chove, diversas coordenações de cursos e departamentos ficam alagadas por conta de goteiras e infiltrações.
Ricardo Oliveira em foto de
Talyta Magano
No início do período atual, o Pavilhão de Aulas Teóricas (PAT) e o ICHS não suportaram a demanda de alunos, o que obrigou a Direção do Instituto a escolher outros espaços para, assim, poder abrigar todos os estudantes. Turmas do ICHS, principalmente do turno da noite, assistem aulas também nos Institutos de Zootecnia (IZ), Tecnologia (IT) e Ciências Exatas (ICE). O Diretor foi quem escolheu o IT e o IZ para receberem as turmas “desabrigadas”. O critério que ele utilizou foi a proximidade desses espaços com o PAT, o que demanda menor tempo para a locomoção dos universitários entre uma aula e outra.
A decisão de Ricardo Oliveira gerou insatisfação entre os alunos, que se queixam constantemente da distância entre o ponto de ônibus próximo ao ICHS e, principalmente, da falta de segurança e iluminação. É bom lembrar que essa carência de espaço físico reflete não somente o aumento do número de cursos, mas também as reformas que o Instituto recebeu nos últimos anos. Com elas, o ICHS perdeu 12 salas de aula, transformadas em locais administrativos e sala de professores, restando apenas seis que estão no anexo II. Para agravar ainda mais a situação, a sala 18 está interditada por tempo indeterminado devido a infiltrações e ao mofo.
O Diretor justifica a necessidade das obras para abrigar os docentes, coordenações e departamentos, mas reconhece que as mudanças prejudicaram a acomodação das turmas. Oliveira destaca outros fatores que contribuíram para o aumento do problema:
– O PAT não foi dimensionado a partir da demanda atual do período noturno. Ele não é suficiente para atender a quantidade de alunos do turno da noite. E tem ainda o atraso na obra do complexo de professores, porque se ele estivesse pronto, transferiria as coordenações, departamentos e professores para o novo espaço e reativaria algumas salas de aula aqui no ICHS. Ou seja, o problema da falta de salas não é somente meu, mas também da Reitoria enquanto fornecedora de salas de aula. 

A solução provisória 

Desde a primeira semana de aula, a Pró-reitoria de Graduação (PROGRAD) está se empenhando para acomodar da melhor maneira possível as disciplinas fora do espaço físico do ICHS. A PROGRAD conseguiu manter todas as turmas dentro do campus da UFRRJ em Seropédica, diferentemente do que acontecia há pouco mais de um ano, onde algumas turmas eram alocadas nos colégios Presidente Dutra e Fernando Costa.
Todos os alunos que assistem aulas no IT cursam matérias de quatro créditos ininterruptos, para evitar o deslocamento dos estudantes e garantir que esses grupos estejam seguros na chegada e saída das atividades. A partir de amanhã, as turmas com aulas no IT serão transferidas para o Instituto de Biologia (IB), próximo ao Pavilhão Central, local em que existe maior movimentação de pessoas, garantindo assim mais segurança aos universitários.
Outra solução adotada pelo ICHS, segundo Ricardo Oliveira, é colocar turmas com poucos alunos em laboratórios de computação e em espaços destinados a trabalhos em grupos (a sala de estudos do Instituto). Questionado se o local é adequado para ter aulas, Ricardo é pontual: “ São turmas com poucos alunos, não é necessário quadro ou data-show. Turma com três, quatro alunos é aula particular”.
Conforme o Regimento da Rural, se existirem turmas com menos de 15 discentes, elas devem ser canceladas para otimizar os espaços. Com isso, nos próximos dias, ainda poderão surgir locais disponíveis no PAT e no ICHS.

Telhado danificado e goteiras

Goteiras e paredes descascadas no corredor do ICHS
Foto de Kleber Costa
Já sobre o problema do telhado, Ricardo diz que era de seu conhecimento enquanto candidato à direção do Instituto.
– Nós sabíamos deste drama. Quando chove, as salas são inundadas, mas agora a situação piorou. No entanto, a solução já está encaminhada, vamos trocar todo o telhado do prédio principal do ICHS, do Instituto de Educação (IE) e dos nossos dois anexos – ressalva Oliveira.
Em nota divulgada na semana passada, a Direção do Instituto informou que está agendado junto à Prefeitura Universitária o início das obras de recuperação dos telhados do IE e do ICHS do campus em Seropédica. O comunicado esclarece que a obra é resultado do processo licitatório ocorrido em novembro de 2012, cujo valor empenhado é de, aproximadamente, R$ 800 mil. A execução dos serviços do contrato de nº 45/2012 do processo 23083.000681/2012-81 é de seis meses.
Ricardo acredita que a partir desta semana as obras devem começar. Dentro de seis meses, ele deseja começar a reforma de outros locais que não foram reformados há um ano, além de reparar as áreas atingidas pelo problema nos telhados. Outra empreitada que deve ser concluída nos próximos meses é a de adequação de espaços no Prédio da Pós-graduação.
Quanto à reforma da sala 18, e também de outros locais, danificados ao longo de meses por conta das infiltrações, Ricardo Oliveira diz que tentará resolver de duas maneiras. A primeira, e mais rápida, é fazer um termo aditivo na licitação de reforma dos telhados com a justificativa de que os estragos decorrem do mesmo fator. A segunda é realizar uma licitação.

Melhorias e projetos para o ICHS

– O ICHS tem um grupo de pessoas que nos orgulha e sabemos a importância dele para a Universidade. E sem querer comparar com as outras, me arrisco a dizer que hoje somos a comunidade mais importante para a Rural se olharmos a nossa perspectiva de futuro – diz Oliveira.
Nos próximos dias, o Diretor reativará, para a comunidade acadêmica, o laboratório de informática do Instituto, só ainda não o fez porque o espaço está sem internet devido à uma porta de dados que queimou. A Coordenadoria de Informática (Coinfo) foi acionada, mas não compareceu para solucionar o problema. Vale lembrar que os alunos do ICHS poderão utilizar o laboratório, quando não houver aulas. Também serão instalados quadros interativos nos dois laboratórios do Instituto.
Os dois novos pavilhões de aulas práticas, próximos ao PAT, dos cursos de Jornalismo e Belas Artes, tiveram suas obras concluídas na última semana de dezembro. O ICHS, desempenhando uma função que, segundo Oliveira, é da Reitoria, “pegou carona” em uma licitação para comprar mobiliário destinado aos espaços. Até o final deste período, os móveis devem chegar. Os aparelhos de ar-condicionado também foram solicitados. Segundo o Departamento de Material e Serviços Auxiliares (DMSA), eles estarão disponíveis em abril. 
Outra novidade, promessa de campanha, é a Biblioteca Setorial do ICHS, que já possui espaço no Prédio de Pós-graduação. O que falta é submeter os quatro mil livros à catalogação na Biblioteca Central para que sejam lançados no sistema. O prazo para inauguração não está definido, mas o Diretor quer entregar o espaço até o final de 2013.
Quanto à divisão do Instituto, em Ciências Humanas e Sociais e Ciências Sociais Aplicadas, ideia fortemente utilizada na campanha, Ricardo diz que este projeto já foi apresentado ao Conselho Universitário (Consu), o órgão máximo de consulta e deliberação coletiva na UFRRJ. Contudo, um departamento e um curso consultados são contra a criação de um novo instituto para a Universidade. Os outros departamentos serão consultados formalmente.
Sobre os novos rumos do Instituto, o diretor acredita que o foco deve estar na criação de cursos de especialização na área de humanas.
– O ICHS hoje está pautado em um crescimento verticalizado. Estamos finalizando o crescimento horizontal, com as novas graduações. Agora, os departamentos estão empenhados em conquistar suas especializações – destaca Ricardo.

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