Curso de Jornalismo promove conversa sobre Mídia e Violência

A atividade foi desenvolvida para os alunos do pré-vestibular da UFRRJ

— por Lucas Meireles

Foto: Divulgação

Um grupo de alunos do curso de Jornalismo organizou, na última quinta-feira (25/10), na sala 32 do Pavilhão Central (P1), uma roda de conversa sobre Mídia e Violência com cerca de 40 estudantes do pré-vestibular da UFRRJ. Os professores Maite Blancquaert (DLC) e José Claudio Souza Alves (DCS) participaram do evento.

A atividade foi organizada pelos alunos inscritos nas disciplinas optativas Mídia e Violência e Laboratório de Organização de Eventos Acadêmicos. Ambas ministradas pela professora Maite Blancquaert.

 

“A mídia não vai moldar o nosso pensamento sobre determinado assunto, mas vai pautar os assuntos que vão ser falados, criando uma agenda pública.”

No início, foi pedido para que os alunos do pré-vestibular dissessem uma palavra relacionada ao tema “Mídia” e outra relacionada a “Violência”. As palavras foram sendo escritas no quadro, formando um fluxograma. A partir das palavras, a professora Maite fez um preâmbulo sobre o tema.

“A maior parte das palavras são relacionadas à violência urbana. Mas existem várias tipos de violência no nosso cotidiano”, disse Maite.

A docente, que possui Mestrado nesta linha de pesquisa, falou também sobre o papel midiático na cobertura violência em nosso dia-a-dia.

“Não existe uma só teoria sobre isso. Existem várias teorias. Uma das que mais gosto é a Teoria da Agendamento, que diz que a mídia não vai moldar o nosso pensamento sobre determinado assunto, mas vai pautar os assuntos que vão ser falados, criando uma agenda pública”, explicou a professora.

  • Fluxograma com as palavras escolhidas pelos alunos do Pré-Vestibular da UFRRJ (Foto: Lucas Meireles)

“Tem vereador que é miliciano, tem prefeito de município da Baixada Fluminense que é miliciano”

 

Em seguida, o professor José Claudio, também conhecido como Chicão, explicou sobre sua pesquisa sobre a atuação das mílicias na Baixada Fluminense. O pesquisador conversou sobre a estrutura de poder destes grupos paramilitares e como estas organizações se aproveitam do medo que impõem. “Os mílicianos  dominam as áreas e estão se elegendo na política. Tem vereador que é miliciano, tem prefeito de um município da Baixada Fluminense que é miliciano”, ilustrou o professor.

O docente também comentou sobre a presença da criminalidade, sobretudo do tráfico de drogas, em áreas carentes. Segundo Chicão, o lucro vindo do tráfico, muitas vezes, é a única opção pensada para manter economicamente uma família.

“Eu já vi casos de família que até pediam para o jovem entrar no tráfico para se manterem. São poucos, mas já vi. Porém esse jovem não vai durar, vai ser alvo da disputa de territórios, das milícias ou da própria polícias”, concluiu o docente.

Ao longo da conversa, os alunos do pré-vestibular foram bastante participativos. Os estudantes expuseram suas opiniões e dividiram suas experiências em relação ao tema.  A atividade contou com a presença de cerca de 40 alunos e professores do Pré-ENEM.

A professora Maite Blancquaert avaliou a atividade como positiva. Segundo a docente, a ideia de fazer algo com o pré-Enem surgiu pelo desejo de fazer algo fora do ambiente acadêmico.

“Queríamos falar com os moradores de Seropédica, jovens que podem não ter acesso a essas discussões. E o resultado foi ótimo, eles participaram e se mostraram com muito interesse”, avaliou a professora.

Pré-Enem

A UFRRJ oferece, como projeto de extensão, um curso preparatório para o Enem nos câmpus Seropédica e Nova Iguaçu. Os cursos são ofertadospara formandos e formados do Ensino Médio. Na unidade Seropédica são ofertadas 150 vagas com aulas entre Fevereiro e Outubro, das 18h as 22h no Pavilhão Central (P1).

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