Jornalismo Sindical na Comunicar!

por Camile Cortezini e Milena Antunes
Na quinta-feira (21), quarto dia da Semana Acadêmica de Comunicação Social, o tema abordado foi Jornalismo sindical. Compuseram a mesa de debates a jornalista e coordenadora do Núcleo Piratininga de Comunicação Cláudia Santiago; a jornalista e professora do curso de Jornalismo da UFRRJ Ana Lúcia Vaz e a jornalista da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros e diretora do Sindicato dos Jornalistas Camila Marins. O aluno Victor Ohana, membro da comissão organizadora, apresentou as convidadas e, assim, o debate teve início.
Cláudia Santiago, Ana Lúcia Vaz e Camila Marins
Foto de Thiago Silva
Cláudia Santiago, que oferece cursos e presta serviços à imprensa sindical de todo o país, explicou do que se trata a área e seu papel dentro dos sindicatos.

– O sindicato representa um setor de trabalhadores e ele luta pelas reivindicações e necessidades daquele grupo social — esclareceu a professora.
Depois disso, a jornalista fez uma retrospectiva histórica sobre a importância de eventos como O Golpe de 64 e as Diretas Já! (1984) para o fortalecimento da imprensa sindical.
– O Brasil se mexeu contra a ditadura, por aumento de salário, contra o aumento na cesta básica, nos movimentos das mulheres. O país se mexeu e os sindicatos tiveram o papel fundamental neste momento da vida brasileira. A imprensa sindical, a partir daí, criou uma nova cara. Ela e os trabalhadores sindicalistas tiveram uma participação muito grande nesses períodos históricos — ressaltou.
A diretora de sindicato, Camila Marins, citou a greve dos jornalistas em novembro de 2013, que não foi noticiada, como uma crítica às grandes mídias, e destacou a função social dos jornalistas:
– Não devemos nunca esquecermos a nossa função social de direitos humanos.
Camila disse, ainda, que a imprensa sindical representa um modo de produzir novas narrativas e noticiar os fatos na perspectiva dos trabalhadores.
– Quando estamos em um sindicato e em um veículo de comunicação, temos que nos sentir sujeitos, e não objetos desse lugar. E sujeito significa construir cotidianamente, coletivamente, disputar as narrativas e disputar, desde a pauta, até a edição do seu trabalho, porque é a sua responsabilidade. Você está exercendo a sua função social ali — finalizou.
A professora Ana Lúcia Vaz falou sobre muitas de suas experiências profissionais. Ela afirmou que, apesar das dificuldades, prefere o jornalismo sindical porque está fora da lógica mercadológica e, com isso, tem mais tempo para produzir as pautas e desenvolver o trabalho.
Foto de Thiago Silva
Além disso, a jornalista explicou que não há possibilidade de a imprensa sindical ser imparcial, pois seu trabalho é defender os interesses de uma classe:
– Jornalismo imparcial é uma mentira irritante.
Sobre o cuidado com a linguagem, Ana Vaz destacou que o jornalista precisa conhecer o público para o qual escreve:
– A linguagem é o instrumento mais poderoso que existe na nossa sociedade para garantir a discriminação social.
No momento delimitado às perguntas, a discussão girou em torno do fato de não haver uma disciplina específica para Imprensa Sindical, e Ana Lucia se disponibilizou a oferecer uma matéria optativa no próximo semestre sobre o assunto.
Durante todo o debate, as palestrantes destacaram que o jornal sindical fala pelo trabalhador, e que o jornalista precisa conhecer e estar próximo ao seu público. Após as palestras, a comissão organizadora da IV Comunicar! promoveu  um sorteio de exemplares educativos.

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