Pintando o curso

Frederico d’Arêde é professor do curso de Belas Artes e também pintor profissional, já tendo exposto sua arte em locais como o Centro Cultural dos Correios, no Rio de Janeiro. Em entrevista para o Portal Humanidades, ele contou um pouco da sua trajetória profissional.

-Por Carolina Carvalho e Laryssa Baião

 

Foto: Fernando Souza / foto cedida pela galeria Simone Cadinelli arte contemporânea

“As minhas primeiras memórias, as mais antigas, são de uma caixa de giz de cera”, conta Frederico. Mesmo iniciando seu contato com a arte ainda quando criança, o professor não tinha ideia do que era a faculdade de artes, mas sabia que queria fazer alguma coisa voltada a essa área, algo que envolvesse desenho, como arquitetura, por exemplo. No entanto, a pressão de ter que entrar na faculdade e “ganhar” dinheiro fez com que ele, em 1999, prestasse vestibular para o curso de Ciências da Computação.

Foi somente no ano de 2006 quando teve a oportunidade de voltar para a faculdade e estudar o que realmente gostava, mesmo achando complicada a situação do fazer artístico no Brasil. Começou então a estudar pintura na Escola de Belas Artes da UFRJ. Quando entrou na universidade, trabalhou como web design, fazendo flyers, material gráfico, sites, entre outros, trabalhos esses que foi abandonando ao longo do curso. “Cada vez que eu entrava mais no campo das artes, produção de arte visual, eu comecei a abandonar o web design porque tomava muito tempo, fiquei só com os freelas”, conta ele.

Entrar no mercado de trabalho na área das artes foi natural. Como trabalhava com pintura, as pessoas o viam pintando, viam seu trabalho e então lhe ofereceram a oportunidade de dar aulas de pintura como freelancer. Após a faculdade, esses trabalhos continuaram, mas dessa vez em algumas ONGs. “Faz um contrato de 6 meses e dá aula durante 6 meses, e é esse o emprego mais fixo que eu tenho, entre ONGs e dar aulas na universidade.”

Começou com exposições pequenas, foi conhecendo alguns grupos e buscando novos locais para a exibição. Ultimamente, tem trabalhado com aquarela e fotografia. No seu trabalho dando aulas na Universidade Rural, não trabalha tanto com a pintura, mas está sendo capaz de trazer elementos da fotografia para dentro da sala de aula nas aulas de modelo vivo. Com isso, ele espera dar aos alunos uma nova forma de pensar o corpo,  vendo-o como objeto de criação e ser poético, e não apenas como um corpo estendido para ser desenhado e representado. “Se eu conseguir continuar minha aula com a minha produção, se o conteúdo que eu aprendo enquanto artista plástico se intervir em sala de aula, pra mim vai ser muito bom”, desabafa.

Habito – 135 x 180 cm óleo sobre tela, 2014. Exposta no Centro Cultural dos Correios na exposição “O corpo como poética na pintura contemporânea” em 2017. Faz parte da série Carne Plástica.

 

Vênus ao espelho – 160 x 210 cm óleo sobre madeira, 2012. Um dos trabalhos apresentados na conclusão do bacharelado em pintura pela UFRJ.

 

Fotografia do projeto “Caminhos pra uma imagem” – série Bonecas de Carne, ensaio #24 (Residência artística em: Crear en libertad PY).

 

Fotografia do projeto “Caminhos para uma imagem” – série Corpo Cotidiano, ensaio #28.

 

60 x 90 cm óleo sobre tela, 2014. Exposta no Centro Cultural dos Correios na exposição “O corpo como poética na pintura contemporânea” em 2017. Faz parte da série Carne Plástica.

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