Projeto de mestranda do PROFLETRAS ajuda estudantes a desenvolverem a escrita

Por Viviane de Araújo

A professora de Língua Portuguesa da rede estadual de ensino, Viviane de Araújo, mestranda do programa PROFLETRAS pela UFRRJ, realizou uma pesquisa que foi orientada pela Professora Doutora Marli Hermenegilda, no intuito de sanar dificuldades de escrita apresentadas pelos alunos em atividades de produção textual. Diante deste problema, elaborou uma proposta de trabalho para desenvolver habilidades escritoras nos discentes do 8º ano do Ensino Fundamental, na modalidade da Educação de Jovens e Adultos, de uma escola da rede pública, o Ciep 216 – Prefeito Juarez Antunes, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro.

A professora Viviane com alunos do EJA no CIEP 216
A proposta de trabalho consiste numa sequência didática desmembrada por oficinas. Na primeira etapa, os alunos produziram o depoimento oral sobre os problemas do bairro. A partir desta produção oral, os alunos, divididos em grupos de trabalho, utilizaram mecanismos de retextualização (transformação do texto) para elaborarem a carta do leitor, última etapa da sequência didática. Durante esse processo, foram trabalhados os aspectos da escrita, como ortografia, pontuação, acentuação gráfica, concordância, entre outros. Além disso, comprovando o caráter social da escrita, os alunos atuaram como cidadãos participativos, trazendo à tona os problemas da localidade.

Na culminância do projeto, os alunos apresentaram suas produções, e a orientadora da pesquisa, Professora Marli, esteve presente. Demais turmas e professores da escola também prestigiaram o evento final, em que foram escolhidas, por uma banca composta por três docentes da unidade escolar, as duas cartas do leitor que fazem a representação do trabalho desenvolvido pela turma:


“Nova Iguaçu, 2 de março de 2015.

Prezados,

Sou morador do bairro Jardim Corumbá e por este motivo noto que esse local apresenta diversos problemas, tais como iluminação precária, falta de área de lazer, falta de creches, entre outros. Os moradores desse bairro ficam indignados, pois esses problemas não são resolvidos.

Acredito que as dificuldades podem ser solucionadas com construções de creches, praças e quadras; admissões de mais professores e vontade dos políticos para resolver essas questões.

Espero que os problemas citados anteriormente sejam solucionados, e agradeço desde já pela atenção dada às minhas reivindicações e propostas sugeridas nesta carta.

    Atenciosamente,
    Leonardo Felinto”
“Nova Iguaçu, 2 de março de 2015.

Prezados,

Sou moradora do bairro Jardim Corumbá e um fator muito importante observado no local é a falta de um centro especializado para crianças especiais. Por esse motivo muitas crianças precisam se deslocar para outras localidades para terem esse tipo de atendimento. Outras necessidades do lugar são notadas, como sinalização adequada, pavimentação nas ruas e o fornecimento de água. Mesmo com a falta d’água alguns moradores continuam recebendo contas da Cedae e reclamam bastante da iluminação, que é precária. Há ainda o problema da coleta de lixo que não é realizada em algumas ruas.

Espero que as autoridades responsáveis pelo local resolvam esses problemas e que a população também contribua não jogando lixo nos rios, tendo também paciência para esperar os dias de coleta.

Agradeço ao editorial pela atenção dada às reivindicações e propostas feitas nesta carta.
                                                    Ivonete”

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