Propostas das três chapas para a segurança na Rural
por Bruna Rodrigues, Heloisa Facin, Leandro Marlon, Kleber Costa
Em época de eleições para a Administração Central, o ICHS em Foco foi ouvir o que pensam e quais são as propostas das três chapas que concorrem ao quadriênio 2013/2017 quanto à questão da segurança na UFRRJ. Recentemente, quando uma professora do curso de Letras e sua aluna foram assaltadas no ponto de ônibus da BR 465, a poucos metros do ICHS, a comunidade acadêmica, assustada, mais uma vez voltou a reivindicar que o maior campus aberto da América Latina ofereça um sistema de segurança condizente com a importância e localização estratégica da Universidade. A reivindicação se estende também a Três Rios, Nova Iguaçu e Campos dos Goytacazes, onde a UFRRJ possui unidades. A seguir, reproduzimos na íntegra as respostas dos candidatos.
Candidata à reitora pela Chapa 1, Tempo de Viver Melhor, Ana Dantas:
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Foto de Kleber Costa |
“Nossa resposta abarca a complexidade do tema e as diferentes dimensões do mesmo. A preocupação com a segurança é um problema de abrangência nacional, complexo e dramático, sendo vital para qualquer instituição e para a sociedade em geral, uma vez que tem se observado e acompanhado o crescente aumento da violência, de todas as formas, nas cidades (sejam elas capitais ou não), atingindo os cidadãos sem qualquer distinção. Seropédica, Nova Iguaçu, Três Rios e Campos dos Goytacazes não estão fora desse contexto.
Entendemos que é fundamental manter um diálogo para além dos ‘muros’ da universidade, num processo educativo e efetivo de articulação com a segurança pública local, numa perspectiva de construção de uma polícia cidadã.
Tendo em vista que o campus Seropédica é o de maior extensão territorial e é o único que mantém uma Divisão de Guarda e Vigilância formada por servidores técnicos administrativos que, ao longo dos últimos anos, sofreu grandes perdas em seus quadros e conta com vários prestes a se aposentar, reduzindo ainda mais o seu número e considerando que o cargo de Vigilante foi considerado extinto pelo governo federal e em face disso não tem sido permitida a abertura de concursos públicos, embora exista uma luta intensa da categoria para reverter esse entendimento, alguns desafios se colocam para a nossa gestão:
– nos colocarmos ao lado dos nossos companheiros da DGV na luta pela manutenção e expansão de seu quadro, seja pela revogação da decisão sobre a extinção desse cargo, seja pela criação e imediata abertura de vagas num novo cargo, já proposto em Projeto de Lei, de Guarda Universitária;
– pensar na segurança interna da instituição, em todos os seus campi, passa, no entendimento de nossa chapa, pela imediata construção de uma Agenda de Segurança voltada para o aprofundamento das questões relacionadas à segurança pessoal e patrimonial no interior dos campi, com a análise e elaboração de um planejamento e monitoramento constantes, incorporando a experiência dos técnicos administrativos da Divisão de Guarda e Vigilância e buscando ampliar os horizontes institucionais com contribuições advindas de experiências bem sucedidas em outras instituições;
– investir na melhoria e atualização dos equipamentos de trabalho e resgatar a funcionalidade profissional de cada um dos vigilantes do quadro, continuando e fortalecendo os processos de capacitação e qualificação;
-criação de um Fórum para a construção de um processo de planejamento participativo de formulação de ações de segurança, aberto à comunidade;
– mapeamento dos representantes de lideranças locais para articulação do tema junto à comunidade do entorno dos campi;
-articulação com o Corpo de Bombeiros mais próximo e com a Polícia Militar para verificar as ações possíveis, em termos de intervenção e/ou de treinamento para o pessoal diretamente envolvido com a segurança dos campi;
– contratação de firma especializada para a instalação de um sistema de monitoramento eletrônico, a partir de propostas analisadas pela DGV e por especialistas da área;
A partir da institucionalização de um Grupo de Trabalho compondo a Agenda de Segurança, serão definidos os prazos para cada uma das ações e verificados os recursos necessários para a sua implementação, buscando-se, se necessário, recursos extra-orçamentários para suprir as demandas de equipamentos eletrônicos para atendimento aos quatro campi.”
Candidato a reitor pela Chapa 2, Travessia, José Antônio Souza Veiga:
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Foto de Kleber Costa |
“A questão da segurança, conforme comprovado através de pesquisas, é uma das questões que mais afligem a comunidade universitária.
Para a Chapa Travessia a questão da segurança nos campi será tratada de forma responsável e negociada. É necessário que a comunidade universitária seja co-partícipe nas ações e decisões relativas à segurança para que a efetividade do serviço seja pautada no respeito às pessoas e no caráter educativo e preventivo.
O uso combinado de tecnologias de segurança (câmeras, etc.), também, se impõe como meio de assegurar a tranquilidade da comunidade universitária.”
Candidato a reitor pela Chapa 3, Interação, Antônio Carlos Nogueira:
“A segurança nos quatro campi da Universidade é uma situação de grande gravidade, o campus de Seropédica se destaca por ter maior extensão e sofrer recentes casos de tentativa de estupro, roubo patrimonial, agressão a pessoas, professores, técnicos e alunos. Na gestão Interação, nós vamos implantar, prioritariamente, um programa integrado de inteligência com monitoramento nos quatro campi da Universidade.
Não podemos pensar que conseguiremos ocupar com pessoas todos os espaços da Universidade, pois temos quatro campi e muito espaço. Porém, colocaremos em ação um projeto, que já existe, e não foi implantado por questões políticas da atual gestão, que custa dois milhões de reais, para monitoramento de todas as áreas, acesso às áreas construídas da Universidade, com uma central de monitoramento responsável pelo gerenciamento. Isso não foi implantado, nós vamos implantar de imediato, isso é de prioridade absoluta.
O que pensamos para o Campus de Seropédica, no trato de professores, alunos e técnicos é: controlar o acesso no pórtico com serviço terceirizado e manter a nossa guarda cobrindo espaços internos, pois há muitas entradas. Para que não haja problemas com profissionais terceirizados na abordagem direta à nossa comunidade, nós preferimos que isso se restrinja às portarias e aos acessos dos campi, mantendo nosso pessoal, guarda federal, na área interna.
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Foto de Kleber Costa |
Hoje, nos campi de NI, ITR e Campos é feita a rota de segurança através das empresas terceirizadas e somente por elas, sem que nenhum órgão interno da Universidade tenha acesso e controle sobre isso. É uma falha muito grande. Este é um problema grave que temos que corrigir. Primeiro, criaremos uma diretoria de segurança ligada à reitoria, com acesso direto ao reitor, conectada entre os quatro campi. A empresa terceirizada é necessária nos outros campi e aqui no campus de Seropédica, no entanto, o comando tem que ser único, pois envolve questão de segurança pessoal e patrimonial; envolve questão de segurança em todos os planos, e questões que estão ligadas à esfera federal.
A questão da universidade é, portanto, um comando único que envolva todas as extensões da UFRRJ, ligando todo o trabalho de segurança nos quatro campi com o apoio das empresas terceirizadas, que vão trabalhar sob o comando único, direção de segurança vinculada à reitoria, seguindo posições hierárquicas. Serão convidados oficiais federais que já estejam anistiados para incorporar no quadro de segurança da Universidade, para que possa haver cada vez menos a presença do serviço terceirizado de segurança. Enfim, é um risco confiar a nossa segurança à empresas terceirizadas. Nós não vamos manter o que acontece hoje em Campos, NI e ITR jamais. O que acontece hoje é que não há um comando centralizado, na verdade, a Divisão de Guarda e Vigilância (DGV) comanda apenas o campus de Seropédica, enquanto os outros campi estão sem gerenciamento de segurança.
Haverá apenas três grandes diretorias ligadas ao reitor: uma de segurança, uma de sistema de bibliotecas e outra de TI. São questões chave e terão implantação imediata junto à posse do reitor.”