Terceiro dia de integração: da teoria à prática

Por Bruna Rodrigues e Carolina Vaz

O último dia de integração, que aconteceu na sexta-feira, 7, no Salão Azul, proporcionou aos alunos reflexões sobre a mistura de ficção e realidade e a experiência prática de um correspondente internacional. As atividades começaram com a apresentação do CineCaco aos calouros. O filme O Show de Trumandivertiu e trouxe questões teóricas relacionadas à comunicação.

O longa-metragem do diretor Peter Weir data de 1998 e conta a história de um vendedor de seguros que, sem saber, é protagonista de um programa de TV. Desde o nascimento, ele foi adotado por uma empresa de televisão e toda a sua vida é um reality show, que passa 24 horas por dia. A cidade-cenário é povoada por atores que controlam e fazem parte da vida de Truman.

Foto divulgação

No debate após o filme, a descoberta foi de que aquela situação pode estar mais perto do que parece. Para os alunos, o reality show tenta reproduzir uma naturalidade dos participantes, e ao mesmo tempo torná-los ídolos do público. O mesmo acontece com as novelas, quando seus personagens se tornam ícones do público, e os atores são confundidos com os personagens que interpretam. Outro elemento de semelhança é que, em O Show de Truman, os personagens mais próximos, como sua esposa e seu amigo, fazem sutis propagandas de produtos, o que é mais explícito nas novelas e reality shows da atualidade.

Os participantes ainda aproveitaram para relembrar os programas de televisão que mais gostavam, como No Limite e Casa dos Artistas.

Gostos e desafios da correspondência internacional

Para fechar com “chave de ouro” a semana de integração, calouros e veteranos assistiram a uma palestra sobre correspondência internacional. Mediados pela professora de Comunicação Social Cristiane Venâncio, os convidados Marília Martins, ex-correspondente internacional do jornal O Globo e professora da Puc-Rio, e Francho Baron, correspondente do jornal espanhol El País no Rio de Janeiro, contaram suas experiências jornalísticas em outros países.

A professora Marília Martins defendeu as redes sociais como ferramentas essenciais na captação e produção de notícias. Para ela, o jornalista internacional precisa dominar os mecanismos online, além de ser organizado:
– Eu era uma pessoa sozinha para cobrir uma cidade em que tudo é notícia. Era preciso planejar.

 

Foto Bruna Rodrigues

Ela também destacou as categorias raciais como aspecto marcante da cultura americana e as características positivas da nação, como o “ faça você mesmo”, que incentiva o empreendedorismo.

O correspondente Francho Barón apresentou uma perspectiva mais teórica sobre o assunto e frisou a importância de se utilizar a criatividade na elaboração de pautas. Segundo ele, o bom repórter é capaz de construir histórias aprofundadas e mostrar visões até inéditas, ou no mínimo originais, sobre o mesmo assunto:

– Vocês devem fazer jornalismo, e jornalismo é mostrar o que alguém não quer que seja revelado. Do contrário, não é jornalismo, mas propaganda.

Além disso, o jornalista alertou sobre a captação de informações pela internet, muitas vezes descredibilizada pelo imediatismo e a ausência de apuração.

Os palestrantes concordaram que a fluência da língua inglesa é fundamental para quem deseja seguir a carreira de correspondência internacional, bem como a capacidade de observação e o hábito de leitura.

Depois da resposta a muitos questionamentos, o encontro terminou com agradecimentos aos convidados e o convite para que os novos alunos participem das atividades promovidas pela Sala de Cultura e pelo Centro Acadêmico de Comunicação Social.

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