Um pouco mais da terceira Roda de Saberes
por Adrian Busch e Ana Clara Frontelmo
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Rejane Moreira, Patrícia Burrowes e os alunos na Roda de Saberes |
A Roda de Saberes, evento organizado pela professora Rejane Moreira com intuito de trazer novos olhares sobre o jornalismo para os estudantes, teve sua terceira edição na última segunda-feira (27), no auditório do PAT da UFRRJ. Com o tema “Le Monde Diplomatique: Um jornal para pensar”, a professora da Escola de Comunicação Social da UFRJ, Patrícia Burrowes, debateu com os alunos a respeito do jornal francês, e demonstrou grande prazer em poder reviver e rediscutir em 2014 seu trabalho de 2002.
Atual coordenadora do curso de Jornalismo da Rural, Rejane Moreira mediou o evento e Burrowes, além de contar curiosidades da história do periódico ao longo dos anos, expôs os motivos que a levaram a escolher o Diplô, como é popularmente chamado, como objeto de estudo.
Se a princípio tinha a intenção de fazer um projeto ligado à literatura, os “descaminhos” levaram Patrícia Burrowes a decidir por algo ligado à comunicação. Foi, então, que seu destino cruzou com o do Le Monde Diplomatique, integrante do gigante Le Monde. Durante a pesquisa, ela encontrou o ATTAC (Associação pela Tributação das Transações Financeiras para ajuda aos Cidadãos), movimento que realizava rodas de conversa para falar a respeito dos caminhos do capitalismo mundial e a busca por um controle do fluxo intenso do capital pelo palneta, entre outros temas sociais. E descobriu, posteriormente, que esse grupo teria sido fundado por jornalistas do Diplomatique.
Sua pesquisa começou com uma bolsa-sanduiche na França. E, se hoje temos facilidade de comunicação, para a professora da UFRJ não foi nada fácil. Sem celular e redes sociais, ela teve que encontrar outras maneiras de desenvolver seus estudos. Além disso, ainda perdeu a oportunidade de fazer sua pesquisa de campo “in loco” dentro da redação do jornal e teve que recorrer a outros locais para o caminhar de sua busca, como a Associação de Amigos e Leitores do Le Monde.
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Patrícia Burrowes fala sobre o Le MondeDiplomatique |
Patricia Burrowes ainda ressaltou os períodos de altos e baixos do jornal e como foram encontradas soluções para os problemas de causas internas e externas. Também falou sobre seu maior diferencial em relação aos demais jornais, não só da França, mas de todo o mundo: o posicionamento político. Na publicação, eles não escondem a preferência pela esquerda. Fogem da objetividade e assumem uma bandeira.
Por fim, na parte destinada às perguntas, respondeu questões relativas a sua experiência na realização do projeto, bem como aquelas ligadas a especificidades do jornal – discursos, público-alvo, colunas, matérias e estrutura. Suas angústias, receios e imprevistos foram colocados em pauta, além de seu método de pesquisa. Para Burrowes, era inviável ter um método fixo, uma vez que, a principio, não havia respostas diretas para aquilo que estava trabalhando. Ela tinha apenas um plano, que poderia ou não dar certo.