Universidade como ponte para discussões sobre mídia e racismo

Por: Eduarda Fernandes e Mayara Mascarenhas 

Na última segunda-feira (21), foi realizado no ICHS o primeiro encontro do curso de extensão Mídia e Racismo. A edição inaugural do projeto, que terá um total de quatro aulas, reunindo 25 estudantes de diversas áreas da Rural, foi conduzida por Diego Francisco, jornalista e mestre em relações étnico-raciais.

Com o objetivo de ampliar a discussão sobre as relações raciais no Brasil e sua representação nos veículos de comunicação, o projeto – que conta com a supervisão da professora do curso de Jornalismo Flora Daemon – oferece ferramentas de análise capazes de incidir na prática profissional e no percurso formativo dos participantes.

A ideia de inserir reuniões dessa natureza na UFRRJ surgiu a partir do interesse da comunidade estudantil pelo tema, especialmente dos estudantes de Jornalismo, por compreenderem a necessidade de se engajar na luta antirracista.

Como vivemos em um país racista, com todas as suas relações permeadas por esse marcador, é importante que tal discussão seja aberta para além dos limites da Rural. Segundo Diego Francisco, a universidade pública é capaz de se conectar com o que está fora dela. Por isso, é imprescindível que o debate seja ampliado o máximo possível. Nesse sentido, a abertura do curso à comunidade universitária, bem como àqueles que estão nas suas redondezas, proporciona um alargamento do conhecimento.

Diego ressaltou que o interesse pela área surgiu desde cedo. Ele se incomodava com o fato de poucos negros ocuparem lugares de prestígio nas grandes mídias e sentia a necessidade de uma representação maior. O Brasil é um país conhecido mundialmente como miscigenado. Assim, não contar com uma maior representatividade negra chega a ser algo assustador. Debater essa questão é essencial. O curso abordará também outros temas entrelaçados à temática da mídia e do racismo, como identidade, apropriação cultural, masculinidades e feminismos.

A temática da primeira discussão foi sobre o conceitos, produções e fundamentos sociohistóricos. Temas como esse tem se tornado cada vez mais corriqueiros por conta de movimentos sociais que estão cada vez mais engajados em desconstruir ideias impostas por poderes públicos tempos atrás. Com o convite da professora Flora Daemon e pela mesma demanda de interesses, o mestre e jornalista conta que por hora o projeto é apenas um curso de extensão, mas conforme ganhe força vão fazer ajustes para que esse seja apenas o começo.