A corrupção na ditadura: como foi?

Matéria jornalística foi publicada pelo portal Rede Brasil Atual em Julho

— por Lucas Meireles

Professor Pedro Campos quando foi agraciado com o Prêmio Jabuti. (Foto: Folha de São Paulo)

O professor Pedro Campos (DHRI) foi entrevistado, em julho, pelo portal Rede Brasil Atual, para falar sobre o empresariado durante a Ditadura Militar no Brasil. Entre as principais ideias trabalhadas pelo pesquisador está a de que nos Anos de Chumbo “havia ainda mais corrupção do que hoje”.

“Existe um mito de que no período não havia corrupção. Nada mais falso do que isso”

Ao longo da entrevista, Pedro explica que o chamado ‘Milagre Econômico’, como foi conhecido o período de grande crescimento na economia do país durante a década de 1970, não veio acompanhado de distribuição de renda. Havia, no período, uma concentração de dinheiro nas mãos de uma pequena parcela da população. Além disso, suas pesquisas apontam que a corrupção era recorrente no regime militar.

“Existe um mito de que no período não havia corrupção. Nada mais falso do que isso. O que ocorria naquele momento é que os mecanismos que hoje funcionam no sentido de investigar e difundir publicamente as denúncias de corrupção estavam amordaçados ou impedidos de funcionar, como é o caso da Polícia Federal, do Ministério Público, da imprensa, do judiciário, dos movimentos sociais, dos sindicatos, dentre outros”, disse o professor em entrevista à Rede Brasil Atual.

O professor também analisou como a relação do governo com as empresas no período ditatorial mantém reflexos nos dias atuais. Principalmente nos setores bancário, construção civil e da comunicação.

“O que percebemos é que os grupos econômicos fortalecidos com a ditadura continuam poderosos econômica e politicamente até os dias atuais e permanecem pautando o Estado e as políticas públicas nos dias de hoje”, afirmou.

Pedro Campos recebeu o Prêmio Jabuti por seu livro Estranhas Catedrais. As Empreiteiras Brasileiras e a Ditadura Civil-militar. 1964-1988 (EDUFF) em 2015. O docente foi vencedor na categoria Economia, Administração, Negócios, Turismo, Hotelaria e Lazer da 57ª edição do Prêmio. A premiação é uma das mais tradicionais da literatura brasileira.

O pesquisador, que também integra o Laboratório de Economia e História (LEHI) da UFRRJ, participou recentemente da organização do Seminário Nacional Empresariado e Ditadura no Brasil. O evento foi organizado em parceria entre a Rural, a UERJ, UFRJ e FGV.

Confira a entrevista completa no link: https://www.redebrasilatual.com.br/politica/2018/07/na-ditadura-havia-ainda-mais-corrupcao-no-brasil-do-que-nos-dias-atuais-afirma-historiador?fbclid=IwAR2v2uS1JAHZdFSQoCSncviylszOeFwHorMmfPKLU8SJI_cCivkN9uyr1tQ

Os Donos do Capital

Pedro Campos também é um dos autores do livro “Os Donos do Capital: a trajetória das principais famílias empresariais do capitalismo brasileiro”. A obra aborda a ascensão de algumas das famílias ricas do Brasil. Entre elas, os Barão de Mauá, os Andrade, Bouças, Camargo, Gerdau-Johannpeter, Guinle, Klabin-Lafer, Marinho, Moreira Salles, Odebrecht, Sarney, Setúbal, Simonsen e Villela.

Saída À Direita

O professor também participou do rádio documentário “Saída À Direita? – A Ascensão do Conservadorismo”, produzido em 2017 por um grupo de alunos de Jornalismo. Na produção, Pedro compara a onda conservadora nos momentos que antecederam o Golpe Militar de 1964 aos dias atuais. O pesquisador também comenta sobre o movimento conservador no Brasil e no mundo.

Confira o rádio documentário completo abaixo:

  • Generic selectors
    Exact matches only
    Search in title
    Search in content
    Search in posts
    Search in pages


  • Notícias Relacionadas

    Golpe de 2016 é tema de seminário de Serviço Social

    Ex-aluno de Belas Artes lança livro de fantasia

    UFRRJ em parceria com outras IES promove seminário que discute a relação do empresariado com a ditadura

    PPGFIL apresenta 3º Simpósio de Filosofia Antiga

    Feira de Relações Internacionais atrai jovens para a temática cultural no ICHS