– Por Christian Fuentes
O bairro de Jardim Gramacho, na Baixada Fluminense, abrigou, por muitas décadas, o maior lixão da América Latina. Quando foi inativado, em 2012, a expectativa era que moradores locais fossem beneficiados com uma série de projetos e obras por parte do governo, o que não aconteceu.
Com o objetivo de expor o descaso sofrido por essas pessoas, os alunos Juan Melo e Raíssa Rodrigues, do 4° período de Jornalismo, fizeram uma reportagem no local. O trabalho desenvolvido pelos estudantes contou com a cooperação dos moradores. O alto índice de crianças com doenças causadas por bactérias e vírus foi uma das denúncias feitas pelos habitantes de Gramacho. A falta de atividades remuneradas também é um problema comum na região. Enquanto o lixão funcionava, muitas pessoas tiravam da reciclagem o sustento para suas famílias.
Com a ausência de políticas públicas, os moradores são dependentes de projetos sociais na comunidade. O Instituto Inclusão e Desenvolvimento pelo Esporte (IDE), oferece através da prática esportiva, uma alternativa ao tráfico para jovens e crianças. O Missão Repartir, da Igreja Apostólica da Restauração, é outro projeto que atende algumas famílias de Jardim Gramacho. Entretanto, as doações de cestas básicas, roupas e itens de higiene pessoal não superam a demanda da população. O aluno Juan Melo explica como funciona a distribuição das doações no local.
“A gente pode ver que essas ações sociais são aquilo que essas pessoas dependem todo mês para terem comida, coisas de banho, de higiene e tudo mais. A gente chegou no mesmo dia que estava tendo essa ação social e vimos como é crítico para eles. Tinha gente que realmente precisava de uma cesta básica e acabou, sabe? Gente que ficou na fila de oito horas da manhã até meio dia e não ganhou a cesta básica”. O jovem também ressaltou a falta de saneamento básico no antigo território do lixão: “A gente é muito privilegiado em alguns pontos porque temos o mínimo e essas pessoas não têm nem o mínimo. Não tem água encanada, não tem rua asfaltada, o esgoto é na rua. A gente passou por cima do esgoto para ir para uma favela que tem lá”, completou Juan.
O trabalho foi desenvolvida para a disciplina de Redação Jornalística, ministrada pela professora Tatiana Lima (DLC). A reportagem completa pode ser conferida através do link: Jardim Gramacho: há vidas além do lixão
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