Com estudos ligados à “Mídia, tecnologia e educação”, Programa de Educação Tutorial pretende trazer novas perspectivas para a formação de seus participantes — por Jean Telles
Há seis anos, o PET Dimensões da Linguagem reúne alunos da Rural para estudos mais focados, trabalho com atividades comunitárias e exercício do protagonismo estudantil, atuando como uma alternativa à rotina acadêmica na grade dos alunos envolvidos.
O PET (Programa de Educação Tutorial) foi criado como um projeto de política pública educacional, pelo MEC, em plena ditadura militar, em 1979. A ideia, no início, era ajudar alunos com bom desempenho ( leia-se bom CR) a se verticalizarem para as pós-graduações, daí a alcunha inicial do PET ser, nessa época, “Programa Especial de Treinamento”. Após a era Lula (2003-2010), o PET foi regulamentado com mais propostas (2005), atentando para apoiar alunos com habilidades destacadas, mas também em situações de vulnerabilidade social.
Atualmente, a iniciativa conta com 842 grupos distribuídos em 121 instituições de Ensino Superior no país. Hoje na Rural, existem 14 grupos PET, o que inclui o Dimensões da Linguagem, na categoria “Conexões e Saberes”.
Em 2017, com dez discentes e a orientação da profª. Simone Orlando, do curso de Jornalismo (DLC/ICHS), suas atividades estão voltadas aos seguintes pilares: grupos de pesquisa sobre a temática “Mídia, tecnologia e educação”; workshops e oficinas com temas relacionados às pesquisas vigentes; extensão comunitária com a população do entorno da UFRRJ e viagens e pesquisas de campo.
Planejamento para 2017 – Dentre os principais cursos previstos esse ano, estão as oficinas de sensibilização à linguagem fotográfica, introdução à linguagem audiovisual e princípios da comunicação visual. As oficinas sobre fotografia já ocorreram em dois momentos, com a professora Cecília Figueiredo, também do curso de jornalismo, e culminou na construção de um projeto de Narrativas Pessoais pela Imagem, a partir da visita dos petianos ao Quilombo São José – Valença, em maio desse ano. Os alunos participaram da Festa da Cultura Negra, no quilombo, em 13 e 14 de maio, e fotografaram livremente suas experiências no evento. O projeto, coordenado por Cecília, será construído em parceria com os alunos de laboratório de fotografia da docente (que também participaram da viagem). Como preparação para a visita ao quilombo, a professora Mani Tebet (DCS/ ICHS) também ministrou, em maio, a oficina “Diferença e alteridade: realidade dos quilombolas com grupo social”.
Os outros workshops estão programados para o segundo semestre e contarão com a colaboração de outros docentes do curso de jornalismo. Para o segundo semestre, o grupo pretende ainda se unir a outros grupos PETs, para irem à Flip (Feira Literária de Paraty), em julho, à Bienal, em agosto, e ao Instituto Inhotim, em novembro.
Visão estudantil – Marcos Aurélio Marins (19), graduando de Letras e participante do Dimensões desde outubro de 2016, conta que o PET lhe trouxe uma nova forma de enxergar a graduação, ampliando sua visão sobre seu espaço no meio acadêmico: “Eu via a universidade como um lugar que vinha, estudava e acabava nisso. O PET tem algo a mais. Ele veio como suplemento que me engrandeceu muito mais”, relatou o aluno.
Vanessa Souza (25), estudante de Educação Física e também participante do PET desde outubro de 2015, menciona que sua inserção no programa foi aos poucos. Ela narra que viu o pôster sobre o PET Dimensões na porta da sala onde os alunos se reúnem, se interessou e acabou fazendo visitas para conhecer mais do programa. Assim que surgiu uma vaga, ela se escreveu para participar.
“Eu sou de Educação Física, quase não tenho espaço para falar de Teatro, por exemplo, e aqui eles trazem esses assuntos. Teatro, arte e diversas outras coisas que talvez em outro espaço eu não teria essa oportunidade de vivenciar na Universidade.” Para ela, a experiência como petiana tem sido enriquecedora, pois o programa proporciona outras formas de estudos diferentes daqueles vistos no seu curso de graduação.
Simone, tutora do projeto, destaca a importância que o PET tem para a universidade e para os alunos. “Eu tenho adorado ser tutora, tenho aprendido muito e acho que o PET é um dos programas mais importantes que a universidade pode ter. O PET faz toda a diferença na vida dos alunos”, comentou a professora. Para a docente, sua formação em jornalismo e seus estudos na área de cibercultura podem vir a ser um diferencial para a reflexão dos petianos, pois a maioria dos participantes é composta por licenciandos, que trabalharão com a tecnologia em suas práticas de ensino.
Outras informações sobre o trabalho desse PET podem ser encontradas no endereço: http://r1.ufrrj.br/petdimensoes/.
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